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Faixa de pedestre completa 20 anos salvando vidas no trânsito do DF

Apesar da redução no total de mortes na travessia de ruas do DF, a distração, o excesso de velocidade e o uso de celular contribuem para aumentar a vulnerabilidade. Estimativa mostra que, em duas décadas, o equipamento salvou 875 pessoas

postado em 31/03/2017 06:03 / atualizado em 31/03/2017 15:33
A faixa de pedestre completa duas décadas amanhã. São 20 anos marcados pelo espaço de proteção a quem anda a pé. E o resultado são vidas poupadas. Desde 1º de abril de 1997, a população de Brasília começou a escrever uma história inédita de respeito aos mais frágeis no trânsito. Mudou o próprio comportamento, construiu uma cultura de respeito e inspirou outras cidades. No período, pelo menos 875 vidas foram salvas pela faixa. O número considera só a proporção de pedestres mortos sobre o total de vítimas do trânsito. Um ano antes de a lei vigorar, os pedestres eram 43,6% das vítimas — esse percentual caiu para 33,7%. 

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Mas, ao longo do tempo, a capital federal assiste, com certa apreensão, à oscilação dos números e ao comportamento agressivo e imprudente de quem insiste em desrespeitar o espaço destinado à travessia segura. O resultado da má conduta aparece nas estatísticas. Apesar de a análise a longo prazo revelar a redução considerável de pedestres mortos no trânsito, 2016 terminou com o aumento do número de casos comparados com o resultado de 2015. Foram 132 vítimas mortas, contra 112 no ano anterior (leia quadro). O número de óbitos durante a travessia na faixa também piorou. No ano passado, seis pessoas morreram atropeladas sobre o equipamento de segurança, contra quatro em 2015.

Entre as possíveis causas das tragédias estão condutores que descumprem a lei, pedestres que atravessam sem sinalizar, frequente uso de celular, distração ao volante e excesso de velocidade. O casal Ana Beatriz Rodrigues, 22 anos, e Alan Canuto, 28, vivencia diariamente a experiência de recorrer às faixas em Brasília. “Às vezes, ficamos parados bastante tempo na faixa, fazendo o sinal de vida, e tem muita gente que não para, principalmente nas satélites. No Plano Piloto, os condutores ainda param. No Pistão, em Taguatinga, a gente fica muito tempo tentando passar, mesmo com a sinalização e com o pé na faixa. Depende do local”, acredita o analista de geoprocessamento.

Alan mora em Águas Claras, e Ana Beatriz, em Taguatinga. Apesar de enfrentarem desafios na hora da travessia, eles comparam as dificuldades às de quando viajaram para a Paraíba. “Brasília ainda é referência e contribui bastante para a cultura. Em João Pessoa, os motoristas buzinavam para a gente sair da faixa”, conta a estudante de pedagogia da Universidade de Brasília (UnB).

Na avaliação do doutor em estudos em transporte do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB Paulo César Marques, a faixa é uma conquista histórica, que, para se perpetuar, necessita de investimento em campanhas educativas constantes. “Temos nas ruas uma geração que não viveu a campanha Paz no Trânsito. Aos poucos, os valores vão se perdendo. E, nos últimos anos, não tivemos campanhas que consolidassem esse comportamento de respeito ao pedestre na faixa. Há 20 anos, o meu filho tinha 1. Hoje, é motorista. Em outras cidades, ele vê que a faixa não é respeitada. Isso pode contaminar essa geração ou quem chega a Brasília após o processo de conscientização”, cita.


Conscientização

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