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Nem lá estamos seguros? Por Floriano Pesaro contato@florianopesaro.com.br

O sonho de todo judeu hostilizado por pogroms, pelo nazismo e pelo evidente antissemitismo da Europa era chegar até a América, pilar da liberdade e coexistência entre as minorias que lá aportavam.
Durante décadas, os imigrantes judeus sentiram-se livres em uma terra de oportunidades iguais, os Estados Unidos.
Com exceção de poucas manifestações pontuais, o antissemitismo não chegava a assustar a grande população judaica existente no país.
Quando defrontado com o antissemitismo sempre presente na Europa, em maior ou menor expressão, o judeu americano sempre teve orgulho de se sentir judeu e americano, louvando seu modo de vida bem integrado no país.
Pois bem, isso mudou. Desde há alguns anos, os movimentos pró-Palestina se infiltraram na esquerda americana e nos campi através do país.
O antissemitismo então transvestiu-se de antissionismo e começou a disseminar o errôneo discurso do “grande opressor”, Israel, contra os “pobres e indefesos” palestinos.
Esta retórica desvirtuada foi muito bem recebida nos Estados Unidos, assim como também na Europa.
Mesmo sem conhecer realmente as intrincadas relações de Israel com a Palestina, mesmo sem uma visão informada sobre o conflito, milhares julgaram e julgam Israel como o único responsável pela ausência de paz na região.
Até mesmo muitos judeus liberais, que têm uma inclinação esquerdista, escolheram carregar a bandeira contra Israel, no tocante à situação dos palestinos.
Neste ambiente, podemos dizer que o Movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) encontrou um terreno fértil para seu discurso.
O movimento, com sua postura altamente antissemita que prega a destruição completa do Estado de Israel, se impregnou em várias camadas da sociedade americana.
Entretanto, a maior história de sucesso do BDS apresenta-se nos campos culturais e acadêmicos.
A quantidade de artistas que abraça esta filosofia perigosa é importante.
No campo da educação, os alunos das universidades foram amplamente contaminados pelos movimentos pró Palestina.
Hoje, sempre quando um palestrante judeu é convidado para discursar nestas universidades, ele é hostilizado ruidosamente. O policiamento dos estudantes é feroz e impede a livre troca de sabedoria tão vital ao campo acadêmico.
Os antissionistas de plantão atacam, e até mesmo a presença física do palestrante é ameaçada.
O antissemitismo se revela paramentado de outros trajes, mas não há como negar o viés fascista destas manifestações.
Além disso, há alguns meses, o antissemitismo em sua forma mais pura começou a mostrar seus dentes na América.
Movimentos direitistas, que pregam a supremacia racial, encontraram eco nesta nova administração política de direita e começaram, cada vez mais, a destilar seu ódio sobre a população judaica em geral.
A rede social virou um paraíso para afirmações nacionalistas, puramente fascistas, com um discurso de ataque às minorias em geral, e ao judeu em especial.
No campo da ação, esta facção da sociedade americana tem atacado todas as instituições judaicas pela comunicação de ameaça de bombas.
Centros comunitários, escolas, sinagogas, todos eles foram obrigados a fechar, mandando crianças e adultos para casa, buscando promover a segurança de seus frequentadores.
Também, cemitérios judaicos têm sido violados com túmulos destruídos e pichações nazistas.
Os Estados Unidos já não são um porto seguro para nós.
Ainda temos ampla representatividade no corpo da sociedade americana, mesmo no Governo Trump, que se denomina amigo de Israel, mas devemos ficar alertas para este aumento do antissemitismo no país.
Atualmente, o judeu americano vive tempos de horizontes mais sombrios nesta terra que sempre abriu os braços para o judeu em busca da liberdade.
É mister que abramos nossos olhos e que repudiemos enfaticamente estes atos.
Não podemos ser reféns de uma sociedade que prega o antissemitismo aberto ou velado.
Devemos recuperar nossa sensação de liberdade através da denúncia e de atitudes proativas para resgatar nossa tranquilidade.
A verdade é que passamos a sentir um incômodo já conhecido pelo judeu no mundo todo.
Não devemos permitir que outras tragédias aconteçam.
Nossa voz há de ser ouvida.

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