Após assembleia que definiu continuidade da paralisação, grupo de docentes forçou entrada no Palácio aos gritos de negociar!
Por Nathália Cardim, Metrópoles Foto: Reprodução/Divulgação/Michael Melo/Metrópoles - 29/03/2017 - 12:44:47
Os professores da rede pública do DF decidiram manter a greve mesmo após a decisão da Justiça que considerou a paralisação ilegal e determinou o retorno imediato à sala de aula. A manutenção do movimento foi aprovada em assembleia nesta quarta-feira (29/3), em frente ao Palácio do Buriti, por mais de 1.000 docentes. Após a decisão, alguns docentes tentaram forçar a entrada na sede do Executivo aos gritos de “negociar!”. A PM usou spray de pimenta para dispersar os manifestantes.
Ficou marcada para o próximo dia 4/4 a próxima assembleia geral da categoria. Na ocasião, os docentes vão reavaliar a continuidade da greve geral, que começou no dia 15/3. Até lá, afirmam, seguirão fora de sala de aula. Mas os docentes não foram embora após a decisão. Em grupo, eles invadiram todas as pistas do Eixo Monumental, interrompendo o trânsito em frente ao Palácio do Buriti. Parte dos manifestantes se dirigiu à entrada do prédio, exigindo que uma comissão fosse recebida para negociar com o governo.
O clima ficou tenso e a Polícia Militar usou spray de pimenta para dispersar os manifestantes. Houve corre-corre e vários professores passaram mal pela inalação do gás. Após a ação da PM, as vias foram liberadas. Um grupo ainda permaneceu em protesto, no gramado da Praça do Buriti.
Greve geral
A greve tem a adesão de mais de 70% dos 28,5 mil servidores ativos, segundo o Sindicato dos Professores (Sinpro). A Justiça estabeleceu multa de R$ 100 mil para cada dia em que os docentes ficarem fora da sala de aula. O sindicato recorreu da decisão. Além disso, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) mandou cortar o ponto de todos os grevistas.
A greve tem a adesão de mais de 70% dos 28,5 mil servidores ativos, segundo o Sindicato dos Professores (Sinpro). A Justiça estabeleceu multa de R$ 100 mil para cada dia em que os docentes ficarem fora da sala de aula. O sindicato recorreu da decisão. Além disso, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) mandou cortar o ponto de todos os grevistas.
Quem decide se mantém a greve é a categoria. Não vai ser a Justiça que vai decidir o que vamos fazer. Nós já recorremos e quem está ilegal é o governo, que não respeita o movimento que é um direito nosso"
Samuel Fernandes, diretor do Sinpro
Samuel Fernandes, diretor do Sinpro
Os docentes cobram uma proposta do Executivo. São contra a Reforma da Previdência, pedem a efetivação do plano de carreira e a terceira parcela do reajuste salarial concedido em 2013. Os professores reclamam que o GDF não chamou a comissão de negociação do Sinpro para dialogar. A categoria alega que enfrenta dificuldades financeiras e que só volta ao trabalho com uma proposta concreta de reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Segundo o Palácio do Buriti, servidores efetivos e temporários terão descontos na folha de pagamento, além de cortes no valor do tíquete-alimentação e do vale-transporte.
Além disso, acrescentou que “é notória a grave situação econômica em que se encontra o Distrito Federal, em que comprovadamente encontra dificuldades até mesmo de pagar salários de seus servidores, quanto mais o pagamento de reajustes. No âmbito da Administração Pública, é necessária disponibilização orçamentária para a concessão de aumentos”.
O magistrado destacou ainda que “a falta de pagamento de reajuste de vencimento concedido por lei não autoriza, por si só, a greve dos servidores”.
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