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Lixos e urubus no Maranhão

SÃO LUIS - MARANHÃO


MPF recomenda ao IBAMA que verifique as causas da presença de ‘urubus’ no aeroporto de São Luís

Tem urubu no aeroporto de São Luís no Maranhão. A presença das aves no local tem colocado em risco o tráfego aéreo na capital maranhense e os passageiros das aeronaves. Isso fez com que o Ministério Público Federal (MPF) recomendasse ao Ibama “que verifique as causas da incidência de urubus no entorno do aeroporto de São Luís e notifique a Prefeitura para que tome providências para a solução do problema”. Reuniões realizadas anteriormente na Procuradoria da República no Maranhão discutiram a situação da área, onde a presença das aves é constante, atraídas pelo lixo acumulado no aterro do Ribeira, que fica próximo ao aeroporto. A prefeitura de São Luís já havia, inclusive, sido autuada pelo Ibama, que verificou as condições de funcionamento do “lixão”, que estava funcionando sem licença de operação e causando poluição (inacreditável que isso ainda ocorra). O Comando da Aeronáutica em São Luís apresentou imagens e relatórios sobre acidentes aéreos ocasionados anteriormente pelas aves que são atraídas pelo lixo. Alertou ainda para o risco que o aterro sanitário traz para a operação de pouso na cabeceira de número 6 do aeroporto de São Luís. A cabeceira está sendo utilizada em 95% de aproximação, uma vez que o aterro sanitário está sob a trajetória de procedimentos utilizados pelas aeronaves para pouso.

Cabe lembrar que em maio do ano passado um urubu se chocou com um avião em Salvador, na Bahia. A aeronave da WebJet, vôo 6742 com partida em São Paulo e destino em Salvador, levava o total de 80 passageiros mais a tripulação. O urubu bateu no avião da WebJet durante o pouso no Aeroporto Internacional de Salvador. Imagens mostram que o urubu penetrou na asa do avião. Com o violento impacto a ave ficou presa na fuselagem da aeronave. Na oportunidade ninguém ficou ferido. Nos últimos dez anos, ocorreram cerca de 3,8 mil colisões entre aeronaves e pássaros, segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). De acordo com dados do Cenipa, 19% das colisões com aves ocorridas foram durante a corrida de pouso e 30% na decolagem. Estes dados compõem a Estatística da Comissão de Controle do Perigo Aviário no Brasil (CCPAB), que aponta que o motor é a parte mais atingida nestes acidentes. No caso do avião da WebJet em Salvador, o urubu colidiu com a asa esquerda da aeronave. Já não é a primeira vez que ocorre em Salvador um acidente entre um avião e uma ave. Passageiros de um avião que fazia a rota São Paulo-Porto Seguro tiveram um susto na escala em Salvador em abril daquele mesmo ano. Segundo o piloto, a asa da aeronave bateu em uma ave, durante a operação de aproximação da pista do aeroporto. O administrador Enio Noronha Raffin vem revelando detalhes de empreendimentos privados e públicos que se localizam dentro da “Área de Segurança Aeroportuária” (ASA) de aeroportos brasileiros. Um aterro sanitário na cidade de Sabará (MG) está dentro da ASA do Aeroporto da Pampulha (recebe vôos regionais) em Belo Horizonte, Minas Gerais. Aterros sanitários são focos de aves entre elas os urubus. As aves nas proximidades dos aeroportos colocam em risco os aviões, não há qualquer dúvida sobre esse tema. A Resolução do CONAMA de no. 004, de 09/10/1995 é bem clara. Diz a norma que “não são permitidas, dentro da Área de Segurança Aeroportuária (ASA), atividades de natureza perigosa, entendidas como foco de atração de aves”. Na data de 18/03/2009 (isso já faz mais de um ano atrás) a ANAC, em resposta a documento (Protocolo no. 284.2009) encaminhado nessa agência pelo administrador Enio Noronha Raffin, disse “que não cabe a Infraero a permissão ou não de implantações de aterros sanitários dentro da ASA” e que “procederá às investigações necessárias, no sentido de averiguar se o referido empreendimento localiza-se dentro da ASA dos aeroportos públicos de Belo Horizonte, em Minas Gerais. E que tão logo tenha um relatório esclarecedor sobre o tema voltará a se manifestar.” O administrador Enio Noronha Raffin até a presente data ainda não recebeu cópia a manifestação e o “relatório esclarecedor” da ANAC. Estamos contando o tempo. Esperamos que ainda no final do governo Lula a presidenta da ANAC venha a responder os questionamentos e divulgue o Relatório. E que até lá não ocorram novos acidentes em aeroportos brasileiros envolvendo urubus. O Ministério Público Federal (MPF) deveria conhecer o conteúdo do documento protocolado na ANAC (Número 284.2009), em 18 de março de 2009, e analisar a representação formulada pelo administrador Enio Noronha Raffin. Segurança de Aeroportos Brasileiros é tema de interesse do Ministério Público Federal. Ou estou enganado?


FONTE: http://www.mafiadolixo.com/

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